ALTER DE CHÃO - O
PARAÍSO VIROU INFERNO !
Qualquer
festa em Alter de Chão, eles aparecem, são cinco ou seis carros com caixas de
som que ultrapassam a própria altura dos veículos. – Colocam os mesmos bem
defronte a Pousada Alter de Chão, na Orla da Vila, e desde as 06h da manhã,
todos juntos, cada um com um som diferente, ligam seus amplificadores de fazer
loucos, em som altíssimo, quando não um “tum tum” intermitente, músicas
horríveis, que impedem sequer as pessoas de conversarem dentro de suas casas em
um raio de 1km dali, imagine os que estão mais próximos. - O barulho é
ensurdecedor, enlouquecendo qualquer um, só não vendo nossas autoridades, que
até agora não tomaram uma decisão definitiva sobre o assunto. – Pergunto-me a
estes jovens, por que não vão ligar estas porcarias ao lado de suas próprias
casas, no ouvido de seus queridos e amados paipais, como já falou a um deles o
João Sena. - As pessoas que procuram a Vila de Alter de Chão, o fazem para
descansar, não para ter de ficar enlouquecendo com a altura e as horríveis
músicas que estes malucos ligam em seus carros. – Afinal, o que é necessário
acontecer para que as autoridades tomem uma decisão, e acabem com este absurdo
– discussões ? brigas ? coisas mais graves ?. – Nós todos, centenas de cidadãos
e eleitores que passamos nossos fins de semana em Alter de Chão, pedimos aqui,
encarecidamente, a nossos Vereadores, para que votem e promulguem uma Lei
municipal, que proíba o som eletrônico em veículos na vila de Alter de Chão,
afim de que, a tranqüilidade volte a reinar em nosso mais aprazível recanto de
sossego dos cidadãos santarenos em seus finais de semana. – Pedimos também, a
nossos excelentíssimos representantes do Ministério Público, para que tomem as
providencias legais necessárias, para coibir estas manifestações de pessoas que
interrompem a tranqüilidade de toda a coletividade da Vila. – Se querem ficar
surdos, coloquem fones de ouvidos em si mesmos, liguem ao máximo, e fiquem
loucos o tanto que quiserem, mas não tirem a liberdade e tranqüilidade de nossa
gente de ter seu merecido descanso. – A lei estabelece que o som máximo que
pode ser ligado publicamente, segundo o ISAM, é de 60 decibéis, e não 2.000
decibéis como estes loucos o fazem. – São os cidadãos de nossa comarca quem
pedem pelo retorno da tranqüilidade e do respeito.
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RECEITA DE FRANGO COM
WHISKY!
Ingredientes:
- 01 garrafa de whisky (do bom claro, 15 anos!); - 01 frango de aproximadamente
2 quilos; sal, pimenta e cheiro verde a
gosto; - 350 ml de azeite de oliva extra virgem; - nozes moídas. Modo de preparar:
- pegue o frango; - beba um copo cheio de whisky no estilo cawboy, de uma só
vez; - envolver o frango e temperá-lo com sal, pimenta e cheiro verde a gosto;
- massageá-lo com azeite; - pré-aquecer o forno por aproximadamente 10 minutos;
- enquanto isso, sirva-se de uma boa dose (caprichada) de whisky enquanto
aguarda; - use as nozes moídas como "tira gosto"; - colocar o frango
em uma assadeira grande; - sirva-se de mais duas boas doses de whisky; -
axustar o terbostato na marca , e debois de uns vinch binutos, - botar pra
assassinar. - digu: assar a ave; - derrubar + uma boa dose de whisky debois de
beia hora. - Abrir o forno e gontrolar a assadura do frango; - Tentar zentar na
gadeira, servir-se de uoooooooootra dose sarada de whisky; - Cozer (?), costurar
(?), cozinhar, sei lá, - Voda-se o vrango; - Deixa o filho da buta do pato no
vorno por umas 4 horas; - Tentar retirar o vrango do vorno; - Cuidadu pra num
guemar a mão, garaio! - Tentar novamente tirar o sacana do vrango do vorno,
porque na primeira teeenndadiiiva dão deeeeeuuuuuuuuu. - Begar o vrango gue
gaiu no jão e enjugar o filho da buta com o bano de jão e cologá-lo numa
pandeja ou qualquer outra borra, bois avinal você nem gossssssssssssta buito
desta #>&*<%*$ , besmo. –
Bronto, bode cumê o avoante!!!!
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AS MINEIRAS
!!! (maravilhosas) - Carlos Drummond de Andrade.
O
sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo
que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar,
sensual e lindo ficou de fora? Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia
nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira,
falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou
capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor. Eu sou
suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus
casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque. Os mineiros
têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que,
abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó pará").
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e
levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando – apenas de
uais, trens e sôs. Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é
competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa
que seja um juiz de direito, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz
sentido...Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se
encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa?" Para
mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário!!!.
Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu,
se for mineiro, vai chegar e dizer: “Mexe com isso não, sô” (leia-se: sai
dessa, é fria, etc). O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais
amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Os mineiros também não
gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se
você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: Aqui, não vou dar conta
de chegar na hora, não, sô. Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É
antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais
usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção:
é uma forma de dizer, "olá, me escutem, por favor". É a última
instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor. Mineiras
não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "pêxonado
com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora:
"Ah, eu pêxonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele,
no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas
"com" alguma coisa. Que os mineiros não acabam as palavras, todo
mundo sabe. É um tal de "bonitim", "fechadim", e por aí
vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí,
vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de
uma mineira. Não ouvirá nunca. No supermercado, não faz muitas compras, ele
compra "um tanto de côsa". O supermercado não estará lotado, ele terá
"um tanto de gente". Se a fila do caixa não anda, é porque está
"agarrando" [aliás, "garrando"] lá na frente. Entendeu?
Agarrar é agarrar, ora! Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo
e ficar com pena, suspirará: Ai, gente, que dó. É provável que a essa altura o
leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Não vem caçar confusão pro meu
lado. Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça
confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor
falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão". Para
uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom
vai dizer: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não
tem, leitora, idéia do "tanto de bom" que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no
começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção,
entendeu? Capaz... Se você propõe algo e ela diz: capaz!!! Vocês já ouviram esse
"capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "ce acha
que eu faço isso"? com algumas toneladas de ironia... Se você ameaçar
casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "Ô dó dôcê". Entendeu? Não?
Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o
"nem..."? Completo ele fica:- Ah, nem... O que significa? Significa,
amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de
jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer
um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "Nem..." Ainda não
entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão? A
propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta,
mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O
resto do Brasil complica tudo. É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o
"ei" no lugar do "oi". Você liga, e elas atendem
lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender
da saudade... Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo
problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para
perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes
nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com
a razão. Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas... Que' s
côsa? - ela retrucará. O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que. Ouvi
de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela
metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa,
confidenciará: Ele pôs a culpa "ni mim". A conjugação dos verbos tem
lá seus mistérios em
Minas... Ontem , uma senhora docemente me consolou:
"prôcupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas
conjugações mineiras, nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um:
"não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira é sintética. E
diz tudo. Até o "tchau" em Minas é personalizado. Ninguém diz
tchau pura e simplesmente. Aqui se diz: "tchau procê", "tchau
procês". - É útil deixar claro o destinatário do tchau. Então... (Carlos
Drummond de Andrade)
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