BC afrouxa regra de pagamento a
exportadores e facilita entrada de dólar
Os
bancos poderão voltar a participar de operações de empréstimos para pagamento
antecipado de exportações. O Banco Central (BC) editou uma circular que
amplia as possibilidades de antecipação de recursos para quem vende ao
exterior. A alteração, na prática, facilita a entrada de dólares. O Secretário
Executivo do BC, Geraldo Magela Siqueira, admitiu que a medida facilitará a
entrada de dólares no país em um momento de alta da moeda norte-americana. Ele,
no entanto, disse que esse não foi o objetivo da autoridade monetária. “Fizemos
apenas um ajuste para o financiamento às exportações com adiantamento cambial”,
declarou. Por meio dessas operações de crédito, o comprador da mercadoria pega
dinheiro emprestado e adianta o pagamento ao exportador brasileiro antes do
embarque, o que facilita o comércio exterior. O Banco Central, no entanto,
suspeitou que os financiamentos estavam sendo usados com outra finalidade, já
que foram detectados casos de bancos que pegavam empréstimos com vários anos de
antecedência. Em janeiro e fevereiro, informou Magela, as operações de
pagamento antecipado somaram US$ 8,9 bilhões, volume cerca de 40% maior que no
mesmo período do ano passado. Desse total, a maior parte, US$ 5 bilhões, tinha
prazo superior a um ano. Em março, o BC determinou que apenas os importadores
no exterior podiam fazer esse tipo de operação e limitou o prazo dos
empréstimos a 360 dias entre a contratação de câmbio e o embarque da mercadoria
ou a prestação de serviços no exterior. “Conseguimos conter o crescimento
desordenado que havia, principalmente nas operações de longo prazo”, declarou o
secretário executivo do BC. Agora, a autoridade monetária autorizou que os
bancos voltem a contratar esses empréstimos, mas manteve o prazo limite de um
ano. Com as restrições, ressaltou Magela, os pagamentos antecipados aos
exportadores somaram US$ 8,8 bilhões em março e abril, volume praticamente
estável em relação ao primeiro bimestre. Segundo ele, a retomada dessas
operações pelos bancos deve ajudar o comércio exterior, sem comprometer a
finalidade original dos empréstimos. “O prazo máximo foi mantido em 360 dias. A
proibição para as operações de longo prazo foi mantida”, disse. Fonte: Agência
Brasil - Wellton Máximo
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